terça-feira, 6 de abril de 2010

DocBrasil aborda a Ditadura Militar

O projeto DocBrasil exibe este mês, que marca o aniversário do golpe militar de 1964, três sessões de documentários que fazem uma reflexão sobre os efeitos que o regime ditatorial e sua práticas provocaram no país.
As marcas do “período de exceção” e suas conseqüências – com mortes, torturas e “desaparecimentos” – assim como a luta pela redemocratização e pelos direitos humanos, têm provocado sucessivos debates nas universidades, nos meios de comunicação, nos tribunais e em outras instituições brasileiras.
Com curadoria do cineasta José Rafael Mamigonian, esta seleção de documentários aborda frontalmente o impacto dos anos de chumbo sobre a realidade nacional e visa ampliar a compreensão dos temas abordados. O projeto DocBrasil é realizado mensalmente e após a sessão o curador conduz um debate com o público.

PROGRAMA

Dia 7 de abril
quarta-feira às 19h

Vala Comum, de João Godoy (São Paulo, 1994, 32min)
A história da repressão vivida no país após o golpe militar de 1964, tendo como ponto de partida a localização de uma vala clandestina com mais de mil ossadas em Perus (SP). Um passado mantido oculto emerge para exumar uma parte da história recente do país.

Brazil: A Report on Torture, de Saul Landau e Haskell Wexler (Estados Unidos, 1971, 60min)
Documentário rodado no Chile, traz depoimentos de exilados brasileiros sobreviventes de práticas de tortura cometidas durante a ditadura militar no Brasil. Tratam-se de alguns dos prisioneiros libertados em troca do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher, sequestrado em 1970 por revolucionários brasileiros. A ação sanguinária dos agentes do Estado é narrada e exemplificada de maneira direta e contundente pelos próprios torturados.

Dia 8 de abril
quinta-feira às 19h

15 filhos, de Marta Nehring e Maria Oliveira (São Paulo, 1996, 20min)
Os horrores cometidos durante a ditadura militar narrados por filhos dos presos políticos, que contam traumas nunca superados. Entre os relatos, alguns fatos são comuns: a incerteza quanto ao nome verdadeiro dos pais, o mundo dividido entre o bem e o mal, o período em que passaram presos e a impossibilidade de compartilhar os acontecimentos com os demais membros da família.

Memória para uso diário, de Beth Formaggini (Rio de Janeiro, 2007, 80min)
Ivanilda busca evidências que provem que seu marido, desaparecido desde 1975, foi preso pelo governo brasileiro. Romildo procura pelo corpo de seu irmão num cemitério do subúrbio carioca. Mães choram por seus filhos, assassinados pela polícia nas favelas. Elas pertencem ao grupo "Tortura Nunca Mais" que, interagindo entre a lembrança traumática e o esquecimento, trazem à tona a memória de fatos recentes. Pensam o passado para que possam libertar o futuro dos fantasmas que ainda os perseguem no presente.

Dia 9 de abril
sexta-feira às 19h

Hércules 56, de Silvio Da-Rin (Rio de Janeiro, 2006, 94min)
Em setembro de 1969, quando o Brasil era governado por uma Junta Militar, duas organizações revolucionárias aliaram-se para raptar o embaixador dos EUA, Charles Burke Elbrick, e exigiram a libertação de quinze presos políticos, que foram levados ao México pelo avião Hércules 56 da FAB. Para rememorar o episódio e discutir as causas e conseqüências da luta armada naquela época, o filme traz à cena os nove remanescentes do grupo de presos e promove o reencontro de cinco membros das organizações responsáveis pelo seqüestro.

Na imagem do post, foto do filme Brazil: A Report on Torture.

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