Vencedor do Prêmio Funcine, o documentário Entrelinhas, de Letícia Cardoso e Pedro MC, e com montagem de Yannet Briggiler, estreia dia 4 de setembro na Fundação Cultural Badesc.
O foco da narrativa é o diálogo da equipe de produção com o imaginário de pacientes internados no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico da Penitenciária de Florianópolis.
Haverá duas sessões, a primeira às 19h, seguida de um debate com os convidados José Geraldo Couto, crítico de cinema da Folha de S.Paulo, e Maria Cristina Riesinger Pereira, médica, picoterapeuta junguiana e antropóloga. A segunda sessão será às 21h, ambas com entrada livre.
Para realizar o doc, Letícia e Pedro frequentaram o hospital entre o final de 2008 e junho de 2009, capturando cerca de 25 horas de material bruto. O dispositivo de filmagem foi baseado num conceito definido por Freud como "atenção flutuante", que consiste numa escuta sem preocupação imediata com o que poderá ser retido da conversa.
Dessa forma, os diretores se colocaram numa situação de aleatoriedade desejada, sem entrevista pré-marcada e abrindo espaço à espontaneidade das falas. Considerados esquizofrênicos, os próprios pacientes/personagens abordavam a equipe, e quatro deles se destacaram pela intenção e intensidade das conversas.
Letícia Cardoso e Pedro MC pesquisaram também o trabalho da médica psiquiatra brasileira Nise da Silveira (1906-1999), que rompeu com as formas agressivas de tratamento do doente mental no país, sugerindo religação de vínculos com a realidade por meio da expressão simbólica e a criatividade.
Para a edição, os realizadores dividiram a tela em planos que não ficam necessariamente em sincronia, brincando com a simultaneidade no tempo dos acontecimentos. As linhas que separam os planos sugerem dicotomias, inter-relações de antíteses sonoras, e contrastes entre o cárcere e a liberdade.
Dessa forma, os diretores se colocaram numa situação de aleatoriedade desejada, sem entrevista pré-marcada e abrindo espaço à espontaneidade das falas. Considerados esquizofrênicos, os próprios pacientes/personagens abordavam a equipe, e quatro deles se destacaram pela intenção e intensidade das conversas.
Letícia Cardoso e Pedro MC pesquisaram também o trabalho da médica psiquiatra brasileira Nise da Silveira (1906-1999), que rompeu com as formas agressivas de tratamento do doente mental no país, sugerindo religação de vínculos com a realidade por meio da expressão simbólica e a criatividade.
Para a edição, os realizadores dividiram a tela em planos que não ficam necessariamente em sincronia, brincando com a simultaneidade no tempo dos acontecimentos. As linhas que separam os planos sugerem dicotomias, inter-relações de antíteses sonoras, e contrastes entre o cárcere e a liberdade.
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