sexta-feira, 31 de julho de 2009

Walmor Corrêa exibe gabinete de curiosidades


Instalação Memento Mori, uma referência aos gabinetes de curiosidadades do século 16 ao 18. Foto: Divulgação.

A obra de Walmor Corrêa já chegou aos Estados Unidos, a Europa, a África e a países latinoamericanos. Já esteve na Bienal de Arte de São Paulo, mas é inédita em Florianópolis, cidade onde o artista nasceu. Radicado em Porto Alegre, ele vai quebrar o ineditismo na terra natal na quarta-feira, dia 5, quando abre a exposição Teleplastia, na Fundação Cultural Badesc.
Walmor oganizou uma individual que faz uma retrospectiva dos últimos 10 anos de sua carreira, mas produziu obras inéditas especialmente para a mostra em Florianópolis. A cidade tem uma referência fundamental na sua criação artística. Walmor estudou no Colégio Catarinense e a descoberta da arte ocorreu nas aulas de ciências e biologia, em que ele acompanhava, atento, o processo de dissecação de animais e depois desenhava a anatomia interna dos bichos.
Na exposição Teleplastia vai ser possível observar como o ambiente científico do colégio alinhavou o seu futuro artístico. Na mostra, que o artista começa a montar no final de semana, os visitantes terão um espaço semelhante ao de um museu de história natural.
Uma das salas será ambientada com a instalação Memento Mori, uma espécie de gabinete de curiosidades, antecessor direto dos museus. Nos gabinetes de curiosidades, os intelectuais do século 16 a 18 se reuniam para conversar sobre achados culturais e científicos. Memento Mori é ilustrado com Atlas de Ciência, em que o artista apresenta a anatomia de seres da mitologia folclórica brasileira.
Na versão de Walmor, a Ondina (sereia), o Ipupiara e o Curupira tem vida natural, e estão catalogados nos atlas em exposição. Ele realizou uma dissecação imaginária dos personagens, com indicação da possibilidade destes seres existirem e desenhou como os órgãos internos funcionariam. Para balizar a criação de suas figuras, o artista fez pesquisas e entrevistas com médicos. Os desenhos são originais e fazem parte da coleção Unheimlich, termo freudiano que designa o que é estranhamente familiar.
Há ainda na sala Memento Mori, que significa "lembra-te que vais morrer", as caixinhas de música. Ao invés de bailarinas, há esqueletos naturais de pássaros, alterados pelo artista, que ocupam o pequeno palco. São figuras frágeis em compasso de dança e embaladas pela música. Na parede há um relógio cuco, que marca as horas em ritmo acelerado. Uma hora equivale a 30 minutos e, a cada badalada, o que surge é um esqueleto de um pássaro criado por Walmor.
Na seção Metamorfoses e Heterogonias, com desenhos sobre gravuras naturalistas, o artista exibe pássaros estranhíssimos. A motivação para criação destas figuras vem dos relatos de jesuítas, em Itaparica, na Bahia. Nos primeiros séculos do descobrimento acreditava-se que algum pássaros era mutantes. No mesmo espaço, haverá uma mesa entomológica, com insetos desenhados sobre a superfície e inspirados na natureza amazônica.
Noutro ambiente, denominado Natureza Perversa, o artista exibe híbridos de mamíferos e insetos, pássaros e peixes, mamíferos e aves, formando uma fauna extraordinária. Sobre sua obra, Walmor Corrêa conversa com o público na quinta-feira, dia 6 de agosto, a partir das 18h30 na Fundação Cutural Badesc. Mais informações podem ser obtidas em www.walmorcorrea.com.


O QUÊ: Abertura da exposição Teleplastia, de Walmor Corrêa. QUANDO: Dia 5 de agosto, quarta-feira, 19 horas. Visitação de 6 de agosto a 30 de setembro, de segunda a sexta, das 8 às 18 horas. ONDE: Fundação Cultural Badesc. Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro, Florianópolis, tel.: (48) 3224-8846. QUANTO: Entrada franca.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Fundação recebe Prêmio Franklin Cascaes Cultural

A Fundação Cultural Badesc recebeu na noite desta quarta, 29, o Prêmio Franklin Cascaes de Cultura. A entrega do troféu ocorreu na Casa da Memória, no Centro de Florianópolis, junto com o relançamento do livro 13 Cascaes, publicado pela FCFFC. A programação incluiu ainda o lançamento do Prêmio Sílvio Coelho dos Santos de monografias sobre a história a cultura de Florianópolis; e apresentação musical do projeto Orquestra-Escola. O troféu do Prêmio Franklin Cascaes de Cultura, com um barco à vela estilizado, foi entregue para pessoas, projetos e instituições públicas ou privadas, que se destacaram em 2008, nas áreas de artes visuais, cinema, teatro, música, letras, cultura popular e dança.

Foram contemplados com o Prêmio: Maria Brígida de Miranda e Erro Grupo (teatro); Fernando Lindote e Fundação Cultural Badesc (artes plásticas); Pedro MC e Lourival José Galliani – Toicinho (cinema); Grupo Cantus Firmus e Duo Eugênio Menegaz e Alicia Cupani (música erudita); Grupo Ginga do Mané e a dupla Julie Philippe e Luiz Gustavo Zago, pelo “Show 50 anos de Bossa Nova” (música popular); Lauro Junkes e Barca dos Livros (literatura); Múltipla Dança e Anderson Gonçalves (dança); e Grupo de Dança da Terceira Idade/UFSC e Gentil do Orocongo (cultura popular).

O jazz do jornalista Roberto Muggiati

Muggiati entre Lena Peixer e Armando Silveira Sabino, diretora de artes e diretor geral da Fundação. Foto: Mariana Coelho

Junto com o Hermeto Pascoal, também desembarcou este mês na Fundação o jornalista Roberto Muggiati. No dia 23, após o workshop do músico, Muggiati lançou o livro Improvisando Soluções: o jazz como exemplo para alcançar o sucesso. Na sexta, Muggiati retornou à Fundação para fazer palestra sobre o livro, que reúne, em 300 páginas, histórias de músicos que souberam superar, com criatividade e persistência, obstáculos das mais diversas ordens.
A relação é longa, e inclui Louis Armstrong, Miles Davis, Dizzy Gillespie, Django Reinhardt, Art Tatum, Chet Baker, Lester Young, João Gilberto, Raul de Souza, e o próprio Hermeto Pascoal. "O jazz não é apenas um estilo musical, mas uma forma de encarar a música", diz o autor. Muggiati acredita que o jazz é ainda mais do que isso, é uma forma de encarar o mundo, capaz de oferecer a cada indivíduo não só soluções de sobrevivência, mas caminhos para aproveitar, ao máximo, todo o potencial de prazer e de liberdade que a vida nos reserva".

terça-feira, 28 de julho de 2009

Workshop de Hermeto faz sucesso

Hermeto Pascoal durante a oficina. Foto: Daniel Guilhamet

Mais de 70 pessoas acompanharam o workshop gratuito sobre improvisação musical que Hermeto Pascoal ministrou na quinta-feira, dia 23. na Fundação Cultural Badesc. A maioria do público era formada por músicos, mas havia também advogado, ator, artista plástico, cabeleireiro e administrador. Muitos trouxeram seus instrumentos musicais de casa e formaram bandas-relâmpago com Hermeto. O músico incentivou quem ainda não teve coragem de tocar em público. Disse que "é preciso perder o medo de errar, porque o erro é sempre menor do que os acertos".