quinta-feira, 25 de março de 2010
Fundação Badesc promove Jornadas de Gênero
A promoção é do Grupo de Estudos do Projeto Poéticas do feminino e masculino, coordenado pela professora Maria Brígida de Miranda (Udesc). A estreia será amanhã, sexta-feira, dia 26, às 19 horas, com o filme As Malibrans, de Jocy Oliveira e Marcelo Dantas, e com Fernanda Montenegro, Helena Varvaki e Mallu Galli no elenco.
As Malibrans analisa a construção da “Diva” a partir da legendária artista Maria Malibran. Com participação assombrosa de Fernanda Montenegro como “diva virtual”, a peça articula as cenas do sacrifício e mortes de Ifigênia,Desdêmona e Ofélia à análise do desejo dos diretores de matarem suas heroínas e o voyerismo masculino sobre o corpo feminino, em meio a citações de Verne, Kafka, Michel Poizat, Catherine Clement e da própria Malibran.
A convidada para debater o filme é Claudia Mussi, graduanda em artes cênicas, na UDESC, com trabalho final de conclusão de curso em teatro Ela tem que morrer: a permanência do mito e a subversão da encenação de morte de mulheres. Traduziu e fez a direção musical da peça Vinegar Tom, da inglesa.
Confira o making of da ópera de Jocy de Oliveira
Sutil e contundente
Embora embuída de carga política e com um suporte que inclui em boa parte de suas peças elementos com densidade elevada, como a tinta acrílica e automotiva, inox, madeira, metal gravado, vidro, fórmica, e betume, a arte de Guido Heuer avança por um território semântico delicado e engenhoso.
Nadja considera que as transformações poéticas do artista não são bruscas. Ocorrem de forma calma, mas com firmeza. “De maneira sutil, mas contundente”, avalia. Toda esta carga significativa da obra do artista vão estar expostas em nove objetos e uma vídeo instalação nas salas de exposição no interior da fundação e de uma escultura de um perturbador mosquito de alumínio e inox com três metros de altura no jardim da casa.
Artista maduro, atualmente com 53 anos, Guido possui uma longa trajetória. Nascido em Blumenau, já na infância descobriu o gosto pela arte dentro da própria família. Seu avô, Johannes, tinha um ofício raro: moldar peças mortuárias em bronze.
Era a gênese do processo criativo de Guido, pelo menos sob o ponto de vista material. O artista passava as tardes na oficina do avô. Na maioria das vezes apenas observando e descobrindo os princípios da transformação do metal e o manuseio de elementos químicos, soldas e reagentes.
Em 1971, aos 15 anos, começa a estudar arte e sua carreira artística, já no início, se dá entre os grandes artistas. Sua estréia é na galeria Açu-Açu, criada no mesmo ano pela escultora Elke Hering, pelo poeta Lindolf Bell, e pelo escritor e crítico Péricles Prade e sua esposa Arminda.
Já nos primeiros anos da década de 70, dividiu espaço em coletiva com Martinho de Haro, Meyer Filho, Sílvio Pléticos, Eli Heil, Elke Hering e Mario Avancini, além de Rodrigo de Haro e o então grupo dos novos, que incluía Antonio Mir, Jayro Schmidt, e Luiz Henrique Schwanke. Na mesma época, também participava de mostras com seu amigo, quase tão jovem como ele, Rubens Oestroem.
O salto de Guido Heuer, conforme situa o jornalista Joel Gehlen, no livro “As Idades do Metal – A Arte de Guido Heuer”, organizado por Dennis Radünz e publicado pela editora Nauemblu, ocorre no final dos anos 70, quando o artista expõe seus “metais gravados” na Maison de France, no Rio de Janeiro. Gehlen observa também que a década de 80 foi vivida sob o signo da inquietação. Nascido às margens do rio Itajaí-Açu, o artista absorve em sua obra a flora abundante, principalmente a madeira.
Os anos 90 marcam a visibilidade de Guido no mercado internacional, com exposições nos Estados Unidos, Alemanha, Áustria, Londres. Expõem no exterior mas sua presença no cenário urbano de Santa Catarina permanece latente, com painéis em Blumenau, Itapema e Florianópolis, e obras de grandes dimensões em fachadas de edifícios de Balneário Camboriú, formando uma galeria aberta pelas ruas da cidade litorânea.
A obra do artista pode ser visitada em www.guidoheuer.com.br.
quarta-feira, 24 de março de 2010
Ciclo de cinema espanhol terá debatedoras
A noite desta quarta-feira (24/03) está reservada para a exibição de cinco curta-metragens com a mesma temática: mulheres atrás das câmeras.
Para debater a atuação das mulheres na indústria cinematográfica, a Fundação Cultural Badesc receberá Lícia Brancher (produtora executiva e ex-presidente da Cinemateca Catarinense), Claudia Aguiyrre (documentarista), Kátia Klock (diretora de cinema) e Brígida de Miranda (diretora e professora).
A sessão de hoje começa às 19h, no auditório da Fundação Cultural Badesc, no Centro de Florianópolis. A entrada é franca. Mais informações clique aqui.
Trechos de Ás de Copas, um dos curtas exibidos na noite de hoje.
Reapresentação de Manoel de Barros
O longa metragem do diretor Pedro Cezar sobre o poeta de Mato Grosso do Sul foi eleito como melhor documentário do 2º Festival Paulínia de Cinema e levou os prêmios de melhor direção e melhor documentário do 5º Fest Cine Goiânia, nas edições de 2009.
A reapresentação será amanhã, às 19h, no auditório da Fundação Cultural Badesc.
Mais informações clique aqui
quarta-feira, 17 de março de 2010
Cancelada exibição do dia 23 de março
No dia 30 de março, a Fundação Badesc volta com o cinema italiano apresentando "Parente... É Serpente" de Mario Monicelli. Mais informações do Cineclube Italiano clique aqui
segunda-feira, 15 de março de 2010
César e Cleópatra abre o Cinema, Chá & Cultura
Trailer de César e Cleópatra
Sessão Brasil exibe “desbiografia” de Manoel de Barros
Entrevista com Pedro Cezar
quarta-feira, 10 de março de 2010
Badesc realiza projeto DocBrasil
A Fundação Cultural Badesc realiza em 2010 um novo projeto de cinema com documentários brasileiros. Denominado DocBrasil e com sessões mensais, a estreia ocorre quinta-feira (11) com Deixa que eu falo, de Eduardo Escorel, sobre a vida e obra de Leon Hirszman, e na sexta (12), com a exibição de quatro filmes de Leon.
Considerado um dos principais expoentes do Cinema Novo e diretor de filmes ficcionais consagrados como São Bernardo e Eles não usam black-tie, Leon Hirszman foi também um produtivo realizador de documentários. A seleção dos filmes foi feita pelo cineasta José Rafael Mamigonian, formado em cinema pela ECA/USP e curador do projeto DocBrasil.
Deixa que eu falo, dirigido por Eduardo Escorel, refaz a trajetória de Leon Hirszman e de sua época por meio de uma cuidadosa montagem de materiais de arquivo. Amigo íntimo e montador de vários filmes de Leon, Escorel realizou o documentário em 2007 como uma homenagem póstuma ao diretor morto vinte anos antes, em 1987.
Na sexta feira serão exibidos os curtas Maioria Absoluta, Nelson Cavaquinho e Cantos de Trabalho no Campo: Cana de Açúcar e o longa ABC da Greve, rodado em 1979, no ABC Paulista. O filme registra a luta de 150 mil metalúrgicos por melhores salários e condições de trabalho, tendo à frente do sindicato à época Luis Inácio Lula da Silva. Após as sessões, haverá um debate mediado por José Rafael.
Leon Hirszman desenvolveu suas atividades cinematográficas junto a uma vigorosa e consistente militância política. Para o cineasta Nelson Pereira dos Santos, o diretor foi “o maior articulador que o cinema brasileiro já teve” e um “exemplo de convivência universal”, características muito especiais desse artista que sempre se mostrou preocupado em pensar a cultura brasileira.
Programação
Dia 11, quinta, às 19h
Deixa que eu falo (Eduardo Escorel, 2007, 83min)
Eduardo Escorel, companheiro e colaborador artístico de Leon Hirszman em vários filmes, refaz a trajetória do amigo cineasta e de sua época por meio de uma cuidadosa montagem de materiais de arquivo. Traçando uma síntese das esperanças e frustrações de toda uma geração, o filme destaca a rara virtude em Leon de combinar rigor político, capacidade de aglutinação e paixão pelo potencial transformador da arte.
Dia 12, sexta, às 19h
Maioria Absoluta (Leon Hirszman, 1964, 20min)
Filmado em som direto, o documentário retrata o cotidiano dos trabalhadores rurais analfabetos do Nordeste, que vivem na extrema miséria. Incapazes de escrever, são - no entanto - conscientes de sua condição e perfeitamente habilitados a propor as soluções que esperam para os seus problemas.
Nelson Cavaquinho (Leon Hirszman, 1969, 13min)
Um registro belo e pungente do sambista em seu ambiente, conversando e tocando com amigos e vizinhos, em casa, no bar, no terreiro. Cenas da vida no subúrbio mesclam-se às memórias e improvisos, compondo um sensível panorama, ao mesmo tempo melancólico e alegre, do compositor e do seu povo à margem da sociedade.
Cantos de Trabalho no Campo: Cana de Açúcar (Leon Hirszman, 1976, 10min)
Entre 1974 e 1976, seguindo os passos de Mário de Andrade e Humberto Mauro, Leon realizou três documentários produzidos pelo MEC sobre os cantos entoados pelos trabalhadores rurais nordestinos. Neste trabalho, documenta as cantorias dos trabalhadores da cultura da cana-de-açúcar na região de Feira de Santana, Bahia.
ABC da Greve (1979, 75min)
Documentário de longa-metragem sobre a primeira greve brasileira fora da fábrica. Cobrindo os acontecimentos na região do ABC paulista, em 1979, o filme acompanha a trajetória do movimento de 150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários e condições de vida. Sem obter suas reivindicações, decidem pela greve, afrontando o governo militar, que responde com uma intervenção no sindicato da categoria. Mobilizando numeroso contingente policial, o governo inicia uma grande operação de repressão. Sem espaço para realizar suas assembléias, os trabalhadores são acolhidos pela Igreja. Passados 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical nunca mais foi o mesmo.
Filmografia de Leon Hirszman
Imagens do inconsciente (1983-86) – roteiro (baseado em texto de Nise da Silveira) e direção. Trilogia composta por: Em busca do espaço Cotidiano, No Reino das Mães e A Barca do Sol.
Eles não usam black-tie (1981) - roteiro junto com Gianfrancesco Guarnieri e direção
ABC da greve (1979-90) - roteiro e direção
Que país é este? (1977) - roteiro com Zuenir Ventura e direção
Rio, carnaval da vida (1977) - roteiro junto com Sérgio Cabral e direção
Partido alto - (1976-82) roteiro e direção
Cantos do trabalho: Cacau (1976) - direção
Cantos do trabalho: Cana-de-açúcar (1976) - direção
Cantos do trabalho: Mutirão (1975) - direção
Cinema brasileiro: mercado ocupado (1975-95) - roteiro e direção
Megalópolis (1972) - direção
Ecologia (1972) - direção
São Bernardo (1972) - roteiro e direção
Nelson Cavaquinho (1971) - direção
Garota de Ipanema (1967) - roteiro com Eduardo Coutinho e direção
A Falecida (1965) - roteiro com Eduardo Coutinho e direção
Sexta-feira da Paixão, Sábado de aleluia (1964) - direção
Maioria absoluta (1964) - roteiro e direção
Pedreira de São Diogo (1962) - roteiro e direção
O QUÊ: Ciclo Leon Hirszman, com curadoria e mediação de José Rafael Mamigonian.
QUANDO: quinta e sexta-feira, dias 11 e 12 de março, às 19 horas.
ONDE: Fundação Cultural Badesc. Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro, Florianópolis, fone (48) 3224-8846.
QUANTO: Entrada franca.
sexta-feira, 5 de março de 2010
Fundação Badesc lança Estação Catarina
A publicação reúne textos que abordam a Estrada de Ferro Santa Catarina elaborados por 13 autores. O livro faz um registro memorial da história do trem no Estado, especialmente no trecho que unia Blumenau, desde a Subida (hoje no município de Ibirama) até a cidade de Itajaí.
Estação Catarina “traz a saudade e a paixão de infância daqueles que em momentos de sua vida conviveram diariamente com as locomotivas, como daqueles que ansiosamente sonharam e esperaram pela sua única viagem com estas que consideravam fantásticas máquinas”, escreve a professora Carla Fernanda da Silva na apresentação do livro.
“Ao completar seu centenário de inauguração, em 2009, a Estrada de Ferro de Santa Catarina nos apresenta um cenário triste, perdido entre trilhos cobertos de capim e pontes mal preservadas e esquecidas”, reflete a organizadora do livro no texto de introdução.
Ao longo dos textos, cada autor ajuda a refazer um cenário cultural, social, econômico e geográfico a partir da figura do trem e das ferrovias catarinenses. Cao Hering, um dos autores, conta da experiência e a emoção infantil de viajar de trem, mas quando já era adulto. Altair Pimpão lembra da invenção de um assustador trem fantasma.
Ilustrado com fotografias atuais e imagens antigas, o projeto gráfico da obra realizado por Aline Assumpção e Charles Steuck ajuda o leitor a embalar a imaginação e a construir o cenário descrito nos contos e crônicas.
AUTORES:
Adilvo Mazzini (Dourados/ MS)
Jairo Martins (Blumenau/ SC)
O QUÊ: Lançamento do livro Estação Catarina – Um Trem Passou Por Aqui, organização de Fátima Venutti.
quarta-feira, 3 de março de 2010
Maestro Heinz Geyer é lançado em Florianópolis
O lançamento faz parte do projeto Diálogos em Cena, da ONG Comunica, iniciado na terça-feira (2) em Campo Alegre e Rio Negrinho. Com exibição de 22 filmes alemães e brasileiros, a mostra está percorrendo nove cidades catarinenses. O encerramento do projeto ocorre sexta, com sessões em Florianópolis, São Pedro de Alcântara e São Bonifácio.
Outro filme previsto no programa para a noite de sexta-feira na Fundação Badesc é A professora em uma comunidade alemã (vídeo), de Irene Rios da Silva, realizado através do edital Revelando os Brasis, do MinC. Inspirado na vivência da diretora, o curta acompanha as experiências de uma professora em uma comunidade de descendentes de alemães em São Pedro de Alcântara.
Os filmes deste primeiro ano da mostra Diálogos em Cena são alemães e brasileiros. A finalidade é aprofundar as relações brasileiras com um país que teve forte influência na colonização do Brasil, especialmente no Sul. As exibições na Fundação Badesc ocorrem às 14, 16 e 19 horas. Na sessão noturna, além de Maestro Heinz Geyer e A professora em uma comunidade alemã, será exibido também o curta Tour do Amor, de Veit Helmer, realizado na Alemanha em 1989.
A programação completa do Diálogos em Cena pode ser acessada no blog http://www.dialogos.comunica.org.br/
O QUÊ: Mostra de Cinema Diálogos em Cena.
QUANDO: Sexta-feira (5), às 14, 16 e 19 horas.
ONDE: Fundação Cultural Badesc. Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro, Florianópolis.
QUANTO: Entrada franca.